Falando aos jornalistas no final da missa que marcou o fim da JMJ em Lisboa, Ana Catarina Mendes apontou que "foi a maior organização de sempre realizada" e defendeu que, passada esta semana, Portugal superou a sua tarefa, que era organizar e bem acolher".
A governante considerou que o "Estado, sendo laico, soube acolher todos e soube estar à altura da responsabilidade de um evento desta natureza".
Apontando que estiveram presentes jovens de "todas as nacionalidades" e "várias confissões religiosas", a ministra afirmou que Portugal demonstrou ser "um país de integração, de inclusão, que sabe acolher, que tem uma democracia forte".
Sobre as críticas à organização e aos gastos, a ministra indicou que os contratos foram feitos "dentro da legalidade", são "absolutamente transparentes" e podem ser consultados no portal Base.
Ana Catarina Mendes referiu que também outros eventos de grande dimensão que Portugal acolheu, como a Expo98, o Euro2004 ou a Web Summit suscitaram dúvidas e críticas, mas foram "um sucesso e hoje ainda são uma marca".
Apontando que é preciso "pensar qual é o benefício depois deste evento", a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares destacou que o Parque Tejo, a zona ribeirinha onde decorreu a missa celebrada hoje pelo Papa Francisco, é um investimento que "fica para o futuro".
No que toca a dificuldades, a ministra salientou que "aquilo que houve foi resolvido".
Especificamente sobre os efeitos das altas temperaturas que se fizeram sentir no sábado, Ana Catarina Mendes disse que foram registadas "algumas ocorrências, nenhuma com gravidade", e apontou que foram acionados vários meios para "garantir cuidados médicos quando fossem necessários".
"As previsões do IPMA estavam feitas há uma semana, sabíamos que ia ser um fim de semana de grande calor, sabíamos que tínhamos de tomar as medidas necessárias, e foram tomadas", indicou, referindo que a disponibilização de água foi "uma das principais preocupações".
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares disse também ter feito um balanço com o ministro da Saúde "ontem [sábado] à noite e hoje de manhã para garantir que todos aqueles que acorreram aos cuidados médicos foram tratados" e salientou a importância de um plano de contingência".
Ana Catarina Mendes indicou ainda que, desde 01 de agosto até "ontem [sábado] ao final do dia, as ocorrências na saúde tinham sido cerca de 2.200 no total", com "cerca de 83 feridos ligeiros e quatro feridos graves".
Segundo dados divulgados no sábado, desde o dia 01 de agosto, quando começou a JMJ em Lisboa, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) prestaram assistência a 2.222 peregrinos, 174 dos quais foram transportados para unidades hospitalares.
A ministra lamentou também a morte de uma peregrina francesa na sequência de um acidente na casa onde estava acolhida e o acidente do jovem croata de 21 anos, que sofreu uma lesão grave na sequência de um mergulho na praia de Carcavelos.
"Foi operado ontem, correu bem a operação, vamos esperar os próximos dias", afirmou.
Também à saída da missa, e em declarações aos jornalistas, o presidente do PSD fez um balanço "claramente positivo" da JMJ.
"Foi uma jornada espetacular a todos os níveis, espetacular no nível de participação e espetacular nas mensagens que o Papa Francisco dirigiu aos jovens, a Portugal e ao mundo", afirmou Luís Montenegro.
Por isso, o social-democrata considerou que o que aconteceu nesta jornada é um "motivo de orgulho nacional" porque Portugal provou "mais uma vez" que tem capacidade de organizar "grandes eventos".
E acrescentou: "foram dias fantásticos, demo-nos a conhecer ao mundo como país acolhedor, interventivo e que se preocupa não só com o território, mas com o que se passa em todo o mundo".
Questionado sobre as críticas à organização que foram feitas antes do arranque do evento, Luís Montenegro considerou que "sempre que há uma decisão pública e diversos agentes envolvidos há sempre necessidade de escrutinar e fiscalizar o que se está a fazer".
"Às vezes exageramos um bocadinho no lado mais negativo e esquecemo-nos do lado positivo", sublinhou.
Para o líder do PSD, o "mais relevante" neste momento é que Portugal deu uma "imagem positiva" da nação.